domingo, 18 de outubro de 2009

Insônia épica

deito a cabeça e não durmo
como coruja pela noite
assim sou, noturno

caneta, papel e vela
como pintor eu vou
esboçando a minha tela

frustração de não durmir
espalho no papel
para um dia conseguir

pousar a cabeça e adormecer
entrar em meu próprio mundo
e minhas maravilhas ver

enquanto não consigo
com a caneta vou esboçando
e o sono eu persigo

sonolência desejada
desde cedo me preparo
para sua grande chegada

que ocorrerá com muita pompa
champagne e música assim desejo
nesta grande festa de arromba

diferente da morte
esta que é esgoista
enquanto prepara o corte

o corte na alma que levara a vida
livrando assim o pobre vagabundo
das mais doidas feridas

mas isto é assunto para outra hora
se meu querido sono não chegar
por enquanto ele demora

seria bom controlar
a nossa sonolência
É, pelo menos imaginar

seria como viajar
controlar a hora
de dormir e de acordar

melhor ainda seria lembrar
do que eu estava durante
a noite toda a sonhar

com mundos daqui e que não vemos
estão dentro de nossa cabeça
para que vejamos quando que adormecemos

Já avisto ele chegando
é como se por estes versos
eu o estivesse chamando

vem leve e sorrateiro
como o nobre lobo
desce ao galinheiro

meu entusiasmo aumenta
o coração acelera
minhas pernas mal aguentam

É chegada a minha hora
o sono me abraça
e eu vou sem demora

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