Abro as minhas asas
Veja como o mundo é belo
Familias sorridentes em suas casas
avós com seus netos
A tarde o cheiro de bolo
no colo um noveo em rolo
Um programa qualquer na TV
onde um mago o futuro prevê
No bule o café quente
Acalma a mente
enquanto o corpo, simplesmete
fica dormente
Me deito no rede
com meu cobertor de vento
um quadro na parede
me lembrar, tento
A memória já me falha
As juntas rangem
Folhas, se juntam na calha
O que é duro de viver é doce de lembrar
Lembro me de tudo, menos do retrato,
da inocência, da juventude, do cheiro no ar
Porém o nome me falta, e cresce o mato
Envolta de mim,
Afogando as lembranças
que juntamos nas andanças
Simples assim
Rego as minhas flores
Obrigado por esconder as minhas dores
nem todos podem ver
tudo o que temos para esconder
E o meu jardim verdejante
Vibra incessante
Como se a vida fosse para sempre
como achávamos e diziamos "Arrisque-se", "Tente"
Estou desaparecendo
Indo para o desconhecido
e nem sei se estou descendo ou subindo