segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dez estrofes para a despedida de um velho

Abro as minhas asas
Veja como o mundo é belo
Familias sorridentes em suas casas
avós com seus netos

A tarde o cheiro de bolo
no colo um noveo em rolo
Um programa qualquer na TV
onde um mago o futuro prevê

No bule o café quente
Acalma a mente
enquanto o corpo, simplesmete
fica dormente

Me deito no rede
com meu cobertor de vento
um quadro na parede
me lembrar, tento

A memória já me falha
As juntas rangem
Folhas, se juntam na calha

O que é duro de viver é doce de lembrar
Lembro me de tudo, menos do retrato,
da inocência, da juventude, do cheiro no ar
Porém o nome me falta, e cresce o mato

Envolta de mim, 
Afogando as lembranças
que juntamos nas andanças
Simples assim

Rego as minhas flores
Obrigado por esconder as minhas dores
nem todos podem ver
tudo o que temos para esconder

E o meu jardim verdejante
Vibra incessante
Como se a vida fosse para sempre
como achávamos e diziamos "Arrisque-se", "Tente"

Estou desaparecendo
Indo para o desconhecido
e nem sei se estou descendo ou subindo

Posted via email from horsearaujo's posterous

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