quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Tudo culpa sua

Cada dia que levanto
só tenho coisas a agradecer
elevar meu canto
deixar o mundo ver

que hoje sou feliz
ao contrario do mundo
escapei por um triz
de cair no profundo

Tudo culpa sua
que me resgatou
de cair na rua

Antes da solidão
olhou me nos olhos
Alçou meu coração

Ligações matutinas

Oras, não sabes quão bom
é acordar cedo, correndo
para da sua voz ouvir o som
ainda manso, sonolento

E ainda despertando e sozinho
como quem desfruta o bom vinho
me delicio nos teus sussurros
como a criança se lambuza nos churros

E eles é claro de doce de leite
assim como alguns dedinhos
delicados e quadradinhos
me dão um doce deleite

Com eles vou sonhando
enquanto surge uma flor
representa um delicado amor
desabrocha e vai me chamando

Campos imensos dela
não, não é margarida
tenho certeza querida,
são delicadas como vela

E surgem no horizonte
apenas para que um dia
quando deitarmos num monte
eu continue com minha mania

de sempre te ligar
começar o dia amando
enquanto vou sonhando
ouço o telefone desligar

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O quase soneto do coração

Os meus olhos não podem ver
coisas que só o coração deve saber
a mente não vai entender
pois só ele é capaz destas coisas ler

Ele, o meu sofrido coração
este que conhece de perto cada emoção
que eu passei, e também sabe a reação
que eu tenho a cada ação

Me conhece melhor que meus olhos
me entende melhor que minha mente
sabe o que aflora em meus poros
sabe tudo simplesmente

Se eu por acaso lhe entregar
então sabes, que tem a obrigação
da minha jóia sempre cuidar
manter inteiro o meu coração

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O anjo que me salvou

A escuridão veio e sorriu
como um amigo que partiu
e começou a me afundar
neste mar

Mar de tristeza e solidão
Veio e cobriu todo o chão
Sem avisar, nem perguntar
Alertar

Eu poderia me salvar
sem minha alma ter que dar
para um amor
que só me trouxe dor

O breu da noite me cobriu
junto a escuridão sorriu
e continuou a me afogar
neste mar

Enquanto eu lutava pra escapar
deste ser, ter que amar
veio um anjo e me salvou
me puxou

Agora posso ver o céu e mar
e nunca mais, vou me afogar
pois este anjo me amou
salvo estou

domingo, 18 de outubro de 2009

Peças em dança

Meu bem, somos diferentes
e por causa disto
viveremos intensamente

peças iguais não se encaixam
neste enorme tabuleiro
os opostos se acham

onde um cobre os defeitos do outro
com tal perfeição e qualidade
que tal habilidade, vale ouro

com as diferenças aprendemos
que ser sempre melhor
não é um sonho, nós podemos

E é tal balet que me fascina
defeitos e qualidades em dança
dentro de um ser, que a dois ilumina

forte é o magnetismo das peças
em qualquer distância se acham
e se juntam nesta vida, nestas

Tango cheio de esplendor
feroz e carinhoso
no fim descobrimos, é amor

Insônia épica

deito a cabeça e não durmo
como coruja pela noite
assim sou, noturno

caneta, papel e vela
como pintor eu vou
esboçando a minha tela

frustração de não durmir
espalho no papel
para um dia conseguir

pousar a cabeça e adormecer
entrar em meu próprio mundo
e minhas maravilhas ver

enquanto não consigo
com a caneta vou esboçando
e o sono eu persigo

sonolência desejada
desde cedo me preparo
para sua grande chegada

que ocorrerá com muita pompa
champagne e música assim desejo
nesta grande festa de arromba

diferente da morte
esta que é esgoista
enquanto prepara o corte

o corte na alma que levara a vida
livrando assim o pobre vagabundo
das mais doidas feridas

mas isto é assunto para outra hora
se meu querido sono não chegar
por enquanto ele demora

seria bom controlar
a nossa sonolência
É, pelo menos imaginar

seria como viajar
controlar a hora
de dormir e de acordar

melhor ainda seria lembrar
do que eu estava durante
a noite toda a sonhar

com mundos daqui e que não vemos
estão dentro de nossa cabeça
para que vejamos quando que adormecemos

Já avisto ele chegando
é como se por estes versos
eu o estivesse chamando

vem leve e sorrateiro
como o nobre lobo
desce ao galinheiro

meu entusiasmo aumenta
o coração acelera
minhas pernas mal aguentam

É chegada a minha hora
o sono me abraça
e eu vou sem demora

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Egoísmo

Olho o espelho
e vejo a imagem
desde pentelho
na longa viagem

Em todo lugar só vejo eu
Em propagandas e sonhos.
meu altruismo já morreu
ao longon desses encontros

Alma egoísta
Até na caridade
própria conquista
Não da humanidade

Pelos versos que escrevo
de Platão ou de Romeu
O assunto sempre o mesmo
Sempre eu, Sempre eu

Um assunto que rende
pelo menos serve a mim
pois minha mente compreende
algo que é sem fim

Sem fim pois estamos em mudança
Passamos junto com cada segundo
apenas sobra a esperança
de mudarem junto nossos mundos

Aos tutores

Sou apenas mais uma criança
brincando neste jardim
enquando o vento balança
o meu doce jasmim

no playground da vida
somos treinados com alegria
a suportar as feridas
que virão no dia-a-dia

Aos mestres com carinho
de todo o coração
pois ao longo do caminho
Me virá a gratidão

Então sou grato desde já
Pra que mais um pouco esperar?
e depois se esquecer
e quando a dor chegar se arrepender?

aos meus tutores esta eu dedico:
Ao ciúme, a angustia e a tristeza
a dor, a culpa, a avareza
a inveja, a cobiça e a pobreza

pois com eles aprendi
que as coisas boas devo amar
e se chorei ou se sofri
o importante é batalhar

terça-feira, 13 de outubro de 2009

É isto, simplesmente

Vejo o meu olhar
igual ao ver a flor
perfumando o luar
e dissipando o temor
espalhado pelo ar
por faces de pavor

fina flor suave
enlouquece minha mente
e se torna erro grave
quando ela derrepente
esquece que sabe
que é isto simplesmente

Suave noite

Suave noite estrelada
Extende seu manto
a troco de nada
E abafa meu canto

melodia abandonada
sozinha no breu
se reduz a nada
junto com o ego meu

doce brilho estrelado
invade minha janela
ilumina o rosto mimado
da criança que só pensa nela

diamantes no céu
figuras me mostram
quando deito ao léu
e até seu nome esboçam

me mostram faces
que vi em minha vida
em todas as fases
e me abre a ferida

Porém, não com dor
suave e tranquilo
renasce o amor
enquanto lembro aquilo

Porém, com doce paz
me ilumina a lua
tranquilidade me traz
nem que eu esteja na rua

e sei que terei descanso
assim como os leões
de noite fico manso
como os frios corações

palavras abandonadas
sussurradas pelo ar
no fundo não dizem nada
debaixo deste parco luar

O Beija flor

Enquanto você não olhar
com os olhos de uma flor
você jamais vai notar
a sutileza de um amor

e por onde tu passar
Não veras nenhuma cor
ao longo do seu olhar
Oh meu doce beija flor

Quando estiver pronto as flores desabrocharam
Como brotos de amor espalhados pelo chão
Plantados no fértil solo do seu coração
Esperando só um pouco de atenção

E as cores vão ficar
Só na imaginação
e esse mundo vai passar
Como passa um trovão

Se você não olhar
Oh meu doce beija flor
para o azul deste mar
e não notar o meu amor

P.S. Este é inicialmente um música, mas também pode ser recitado como poesia

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Os sabias

Enquanto passaros cantam
sabias solitarios
compoe seus cantos
nao um, mas varios
e olham os lirios que desabrocham

as andorinhas, milhares, no ceu
voam livres, concentradas em suas acrobacias
Enquanto deitado ao leu
o poeta descreve com sua grafia
palavras solitarias, traços que nao debocham

pelo ar, o aroma de flores
nos fazem lembrar nossos amores
e esquecer assim nossas dores

doce primavera, como bom vinho
desce e esquenta o peito
arranca minha camisa de linho
e me joga nu em meu leito
Enquanto as petalas lentamente se desbotam

suave perfume de flores
como as nobres rosas
tu desabrocha nossos amores
nessas cantigas manhosas
corações rapidamente se despedaçam




Post Signum: Este poema tem cinco estrofes, quatro delas com cinco versos, repare que no final dessas quatro existe uma frase de rima impar, porem quando as quatro frases sao recitadas seguidamente se forma uma nova estrofe

Oraçao angustiada

O que me faz diferente
acaba me tornando igual
Padrões, malditos padrões
Limitam minha mente
Destroçam o traço ideal

Ate na desordem ha ordem
Pai, me ajuda a ser sempre novo
Esses padrões, singelas equações
Ate nas minhas rimas ha ordem
Como queria a todo instante sair de um ovo

Igual Fenix resurge das cinzas,
mas ate ai ha padrões
Quem ira quebrar os habitos?
Com certeza nao serao os ninjas
Muito menos os guardioes

Pai me faca o primeiro
este e meu ideal
me livrar dos malditos padrões
nem que eu seja um aventureiro
se os outros querem, que continuem igual

Alguns curtem a maldiçao
essa e a pura verdade
desde o começo dos tempos
existe padrao
nao importa a idade

maquinas frias
todas industrializadas
nao importa o quanto tentem
continuam vazias
pobres almas enlatadas

Pai, eu nao
sempre diferente
Em cada fagulha da alma
assim quero meu coraçao
Algo cheio, que nao mente

Desejo este do fundo d'alma
Isto e, se for da tua vontade
se nao for, me conforte dentro do eterno padrao
Lhe digo, ja perdi minha calma
no fundo, ainda Lhe falo a verdade

Doce Vinho

Como o cheiro de campo
ou o de pão assando
doce fruto santo
nos envolve com teu manto

Esquecemos que existe chão
Esquecemos que existem dores
embriagamos o coracão
com o vinho dos amores

Até no feio há beleza
Até na sépia há cor
não olhamos a tristeza
Embriagados com amor

Nos tornamos escravos
prisioneiros de emocoes
enquanto tocam cravos
em nossos coracoes